
Como Funciona o Inventário e Partilha de Bens em Caso de Divórcio?

- Entendendo o Inventário e a Partilha de Bens
- Regimes de Bens e Suas Implicações
- O Papel do Advogado do Direito da Família
- Quando o Inventário é Necessário no Divórcio?
- Procedimentos do Inventário e da Partilha após o Divórcio
- O Que Pode Ser Incluído na Partilha
- Questões Comuns e Implicações Práticas da Partilha de Bens
- Considerações Finais
Entendendo o Inventário e a Partilha de Bens
Quando um casal decide se divorciar, uma das etapas mais importantes e delicadas é a partilha de bens. Esse processo consiste na divisão dos bens adquiridos durante o casamento, e pode envolver um procedimento conhecido como inventário, especialmente quando há a necessidade de formalizar e registrar juridicamente os bens em comum.
A forma como essa partilha ocorrerá depende diretamente do regime de bens adotado no casamento. O inventário, neste contexto, é um levantamento detalhado do patrimônio do casal, com o objetivo de identificar e valorar todos os bens que serão partilhados.
Regimes de Bens e Suas Implicações
Existem diferentes regimes de bens no Direito brasileiro, e cada um tem impacto direto na forma como a partilha será realizada:
Comunhão Parcial de Bens
O regime mais comum no Brasil. Nele, os bens adquiridos durante o casamento são considerados comuns, independentemente de estarem em nome de apenas um dos cônjuges. Assim, em caso de divórcio, esses bens são divididos igualmente.
Comunhão Universal de Bens
Todos os bens, adquiridos antes ou durante o casamento, passam a ser comuns ao casal. A partilha também é igualitária, incluindo bens herdados ou recebidos por doação, salvo disposição contrária em escritura.
Separacão Total de Bens
Cada cônjuge mantém a propriedade exclusiva dos bens que adquiriu antes e durante o casamento. Não há partilha, salvo quando comprovada a existência de bens adquiridos em conjunto, por esforço comum.
Participação Final nos Aquestos
Neste regime, durante o casamento, cada um administra seus próprios bens. Contudo, no divórcio, é feita a partilha dos bens adquiridos pelo casal durante a relação.
O Papel do Advogado do Direito da Família
Contar com o apoio de um advogado do direito da família é fundamental em processos de inventário e partilha de bens. Esse profissional tem o conhecimento jurídico necessário para orientar o casal (ou uma das partes) sobre os direitos e deveres relacionados ao regime de bens, além de atuar na mediação de acordos e na prevenção de litígios.
O advogado também é essencial para garantir que o inventário seja realizado corretamente, assegurando a inclusão de todos os bens e evitando prejuízos. Além disso, ele atua na redação dos termos de partilha, nos processos extrajudiciais em cartório, ou na condução do processo judicial, caso não haja consenso entre as partes.
Quando o Inventário é Necessário no Divórcio?
Embora o inventário seja mais conhecido em casos de falecimento, ele também pode ser aplicado no divórcio, especialmente quando o casal possui um grande volume de bens, propriedades ou investimentos que precisam ser discriminados formalmente.
O inventário pode ocorrer de forma judicial ou extrajudicial:
- Inventário judicial: Necessário quando há conflito entre as partes, presença de filhos menores ou incapazes, ou quando não há consenso sobre a divisão dos bens.
- Inventário extrajudicial: Realizado em cartório, com a presença de um advogado para cada parte (ou um advogado comum), é indicado quando há consenso e todos são legalmente capazes.
Um advogado do direito da família pode avaliar a situação específica do casal e indicar a melhor forma de conduzir o processo, tornando a separação menos burocrática e mais segura juridicamente.
Procedimentos do Inventário e da Partilha após o Divórcio
Após o divórcio, o inventário e a partilha de bens devem ser realizados para formalizar a divisão do patrimônio comum. Esse procedimento pode ocorrer de forma extrajudicial ou judicial, dependendo das circunstâncias específicas do casal.
Inventário Extrajudicial
O inventário extrajudicial é uma forma mais rápida e menos burocrática de realizar a partilha. Ele pode ser feito diretamente em cartório, desde que:
- O casal esteja de acordo quanto à divisão dos bens;
- Ambos sejam maiores e capazes;
- Não existam filhos menores ou incapazes;
- Seja assistido por um advogado, que pode ser o mesmo para ambas as partes.
Essa via é bastante vantajosa por ser mais célere e menos onerosa. É comum que um advogado do direito da família auxilie nesse processo, garantindo que os direitos de ambas as partes sejam respeitados e que a escritura pública seja elaborada conforme a lei.
Inventário Judicial
Quando há discordância entre os ex-cônjuges, filhos menores ou incapazes, ou qualquer outro impedimento legal, a partilha precisa ser realizada pela via judicial. Nesse caso, o processo se inicia com a petição inicial, que deve conter a descrição dos bens, o regime de bens, e a proposta de partilha.
O juiz poderá determinar a avaliação dos bens, ouvir testemunhas e decidir sobre a forma de divisão, respeitando o regime adotado e os direitos dos filhos, quando houver.
Esse procedimento é mais demorado e exige a atuação de advogados distintos para cada parte, especialmente se houver litígio. O advogado do direito da família é essencial para orientar sobre prazos, estratégias processuais e direitos envolvidos.
O Que Pode Ser Incluído na Partilha
Nem todos os bens do casal são partilhados após o divórcio. A depender do regime de bens, alguns podem ser considerados particulares, enquanto outros são comuns.
Entre os bens que normalmente entram na partilha, destacam-se:
- Imóveis adquiridos durante o casamento;
- Veículos e contas bancárias;
- Investimentos e aplicações financeiras;
- Empresas ou participações societárias;
- Bens móveis, como móveis, eletrônicos e joias de valor relevante.
Já os bens que costumam ficar fora da partilha incluem:
- Heranças e doações recebidas individualmente;
- Bens adquiridos antes do casamento (no caso da comunhão parcial);
- Itens de uso pessoal ou profissional exclusivo.
É recomendável contar com a orientação de um advogado do direito da família para identificar com clareza quais bens devem ou não ser incluídos, evitando disputas e protegendo o patrimônio individual.
Questões Comuns e Implicações Práticas da Partilha de Bens
Durante o processo de inventário e partilha após o divórcio, diversas situações podem gerar dúvidas ou conflitos. Abaixo, abordamos algumas das mais frequentes:
Financiamentos e Dívidas
Um ponto importante diz respeito aos bens adquiridos por financiamento. Mesmo que ainda não estejam quitados, eles podem entrar na partilha, e a dívida correspondente também será dividida entre os ex-cônjuges, proporcionalmente.
Da mesma forma, dívidas contraídas durante o casamento — especialmente aquelas feitas em benefício da família — tendem a ser compartilhadas. Já dívidas particulares, como aquelas feitas sem o conhecimento ou benefício do outro, podem ser de responsabilidade exclusiva de quem as contraiu.
Bens Ocultos
Infelizmente, é comum que uma das partes tente ocultar bens durante a partilha. Por isso, é essencial levantar toda a documentação do patrimônio do casal, como certidões de imóveis, extratos bancários e registros de veículos.
Se for identificado que houve tentativa de fraude ou ocultação, o juiz pode determinar sanções, como a exclusão de parte dos bens da partilha em favor do cônjuge prejudicado.
Partilha de Bens em União Estável
A partilha em caso de dissolução de união estável segue princípios semelhantes aos do casamento, especialmente se não houver contrato escrito entre as partes. Nessa situação, aplica-se por analogia o regime da comunhão parcial de bens, partilhando-se o que foi adquirido onerosamente durante a convivência.
Para evitar conflitos futuros, é recomendável que casais em união estável formalizem um contrato de convivência, preferencialmente com orientação de um advogado do direito da família.
Considerações Finais
O processo de inventário e partilha de bens após o divórcio pode ser simples ou extremamente complexo, a depender do tipo de relação, do regime de bens adotado e da existência de conflitos entre as partes. Por isso, contar com o apoio de um advogado do direito da família é fundamental para garantir segurança jurídica, equilíbrio na divisão e proteção dos direitos individuais.
Além de orientar sobre as regras legais, esse profissional pode atuar na mediação de acordos, no levantamento de bens e na condução de processos judiciais, quando necessários.
Lidar com um divórcio já é emocionalmente desafiador. Ter ao lado um especialista experiente contribui para que essa etapa da vida seja superada com mais tranquilidade, justiça e clareza.
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